Entre os dias 24 e 28 de agosto, a Universidade Federal do Ceará (UFC) será o palco do II Encontro Nacional do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM). O evento espera reunir mais de duas mil pessoas de todas as regiões do Brasil para debater um novo modelo de uso dos recursos naturais, com foco na preservação de biomas e na proteção das comunidades afetadas pela mineração.
O encontro contará com a presença de representantes de populações indígenas, quilombolas, ribeirinhas, assentamentos rurais e trabalhadores do setor mineral. Além disso, organizações internacionais de países como Peru, Bolívia e África do Sul também participarão. Ao final dos cinco dias de debates, o MAM planeja elaborar uma carta à sociedade com propostas para que a mineração beneficie a população brasileira, em vez de apenas gerar lucros para as empresas.
Paralelamente aos debates, o evento incluirá a Primeira Feira Cultural da Agrobiodiversidade, que destacará a força produtiva e cultural dos territórios ameaçados pela mineração. A escolha de Fortaleza como sede não é aleatória; o Nordeste brasileiro tem se tornado um foco de disputas pelo subsolo, especialmente no Ceará, onde mais de 5 mil pesquisas para exploração mineral estão em andamento, cobrindo 36% do território estadual.