No início de agosto, dois casais de micos-leões-dourados, vítimas do tráfico internacional, foram reintroduzidos na Mata Atlântica, no Rio de Janeiro, único habitat natural da espécie. Os animais foram apreendidos em fevereiro de 2024, em condições críticas, dentro de um veleiro em Togo, na costa ocidental da África. A reintrodução exige planejamento e acompanhamento especializado, com estudos minuciosos sobre a saúde dos indivíduos e a avaliação do ambiente onde serão libertados.
Os animais resgatados passam por triagem veterinária, tratamento de saúde e reabilitação nutricional. Após isso, são submetidos a treinamentos para readquirir comportamentos essenciais à sobrevivência, como forragear e reconhecer predadores. A tenente Thays Gonçalves, do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Distrito Federal, destaca a importância de conhecer a origem dos animais para encontrar ambientes compatíveis para sua soltura.
A reintrodução não beneficia apenas os indivíduos soltos, mas também o ecossistema como um todo. Animais silvestres desempenham funções essenciais, como controle de populações e dispersão de sementes. Contudo, o biólogo Filipe Reis alerta que a falta de planejamento pode trazer riscos, como a disseminação de doenças e desequilíbrios ambientais, tornando indispensável o monitoramento e a ciência para o sucesso do processo.