A China registrou um aumento na geração de energia a carvão no primeiro semestre de 2025, apesar de ter alcançado um nível recorde no uso de fontes renováveis. O carvão, que há décadas é uma fonte essencial para o país, representa atualmente quase metade da geração elétrica, mesmo com a expansão significativa das instalações eólicas e solares nos últimos anos. No primeiro semestre, foram adicionados 21 gigawatts (GW) de energia a carvão, o maior volume desde 2016, conforme relatório do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA) e do Global Energy Monitor (GEM).
O aumento da capacidade a carvão ocorre em um contexto onde a China também instalou 212 GW de capacidade solar, superando o total dos Estados Unidos até o final de 2024. Apesar do compromisso do presidente Xi Jinping em controlar e reduzir o consumo de carvão até 2030, o relatório revela que apenas 1 GW foi retirado da matriz energética no primeiro semestre de 2025. A pressão dos interesses do setor de carvão continua a ser um obstáculo para o avanço das energias renováveis, levantando preocupações sobre o cumprimento das metas climáticas do país.
As implicações desse crescimento no uso do carvão são significativas, pois podem comprometer os esforços da China para atingir o pico de emissões de carbono até 2030. Com novos projetos a carvão sendo autorizados e a expectativa de novas metas climáticas a serem anunciadas, a situação exige atenção internacional. A China, como a maior emissora de gases de efeito estufa do mundo, enfrenta um dilema entre suas necessidades energéticas e seus compromissos ambientais.