O número de municípios brasileiros atendidos por empresas privadas de saneamento cresceu 525% nos últimos cinco anos, atingindo 1.820 cidades. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (25) pela Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon Sindcon), que também indicam um aumento na participação privada nos investimentos em saneamento, que saltou de 15,1% em 2020 para 27,3% em 2023, totalizando R$ 84 bilhões. Essa mudança está diretamente ligada à implementação do Novo Marco Legal do Saneamento, que visa universalizar o acesso a serviços básicos até 2033.
Entre 2019 e 2023, mais de 197 mil quilômetros de redes de água e esgoto foram construídos por empresas privadas, refletindo um esforço significativo para cumprir as metas estabelecidas pela nova legislação. Atualmente, 68% dos municípios possuem contratos que preveem a universalização dos serviços dentro do prazo estipulado. Christianne Dias, diretora-executiva da Abcon Sindcon, afirma que o setor não considera revisar as metas e acredita que os resultados positivos começarão a ser mais evidentes a médio prazo.
Além disso, o aumento da participação privada tem contribuído para reduzir desigualdades no acesso aos serviços de saneamento. Entre 2019 e 2023, mais de 674 mil domicílios com renda de até meio salário-mínimo passaram a ter água encanada e cerca de 1,2 milhão receberam ligação de esgoto. O crescimento também se reflete em um aumento de 60% nos locais com direito à tarifa social, evidenciando um avanço na inclusão social por meio da melhoria dos serviços de saneamento.