A Intel alertou seus investidores sobre os riscos significativos decorrentes da recente entrada do governo Trump em seu capital, que agora possui 10% das ações da fabricante de chips. O presidente Trump defendeu a operação como uma estratégia de segurança nacional, afirmando que pagou “zero” por ações avaliadas em cerca de US$ 11 bilhões. No entanto, a Intel expressou preocupações de que essa medida possa resultar em quedas nas vendas internacionais e reações adversas de governos estrangeiros, investidores e funcionários.
Em um documento enviado à SEC, a Intel destacou que a participação do governo pode diluir o valor das ações atuais, uma vez que os papéis serão emitidos com desconto para o Departamento de Comércio. A Casa Branca justifica a intervenção como uma resposta à dependência da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), que é vista como um risco em caso de conflito na região. A transação deve ser concluída nesta terça-feira (25), mas já suscita críticas de políticos que consideram a medida uma ideia terrível e um passo em direção ao socialismo.
A situação levanta questões sobre o futuro da indústria de semicondutores nos Estados Unidos e as implicações de um governo atuando como acionista majoritário em empresas privadas. A Intel teme que essa intervenção possa ameaçar até 76% de suas receitas internacionais, além de provocar retaliações externas. O desdobramento desse acordo poderá impactar não apenas a empresa, mas também as relações comerciais dos EUA com outros países e a dinâmica do mercado global de tecnologia.