Um estudo recente da Fundação Getulio Vargas (FGV) ressalta a relevância de considerar o impacto do dólar nos investimentos dos brasileiros. Os autores Claudia Yoshinaga, Henrique Figueiredo, Ricardo Rochman e William Eid Junior afirmam que os investidores devem alocar pelo menos 16% de suas carteiras em ativos internacionais para proteger seu poder de compra. Essa recomendação é especialmente pertinente, dado que cerca de 10% dos produtos consumidos no Brasil são importados e, portanto, suscetíveis às variações cambiais.
O relatório “Impacto Cambial no Consumo dos Brasileiros e a Necessidade de Diversificação Internacional” detalha como a diversificação geográfica e política pode oferecer oportunidades significativas. O estudo destaca que, entre 2020 e 2024, as ações das gigantes da tecnologia, conhecidas como FANGs, apresentaram um retorno médio de 340%, superando consideravelmente o desempenho do S&P500 e do Ibovespa. Essa diversificação não apenas aumenta o potencial de rentabilidade, mas também permite acesso a setores pouco representados na bolsa brasileira.
Além disso, o estudo enfatiza que a exposição ao risco cambial é uma realidade para todos os brasileiros, mesmo aqueles com renda mais baixa. Ignorar essa realidade pode resultar em perdas financeiras significativas, especialmente considerando que os gastos no exterior e a volatilidade cambial afetam diretamente o custo de vida. Portanto, os especialistas sugerem que investimentos em fundos cambiais ou ativos internacionais são essenciais para mitigar os efeitos das flutuações cambiais sobre o orçamento doméstico.