Cientistas de diversas partes do mundo continuam a investigar os efeitos da Covid-19 no organismo humano. Um novo estudo indica que o SARS-CoV-2 pode permanecer ativo no tronco cerebral por até 80 dias após a infecção, com sintomas como ansiedade e perda de memória sendo observados em hamsters dourados, que compartilham receptores semelhantes aos humanos. As conclusões foram publicadas na revista científica Nature Communications e envolvem o pesquisador brasileiro Guilherme Dias de Melo.
A pesquisa revelou que, mesmo após 80 dias, o vírus ainda estava presente no cérebro dos animais, afetando mecanismos relacionados à dopamina, um neurotransmissor crucial em doenças neurodegenerativas como o Parkinson. Guilherme Dias de Melo explicou que a infecção pode causar desregulação metabólica e comprometer o funcionamento dos neurônios responsáveis pela produção de dopamina, além de afetar enzimas essenciais.
Esses achados ressaltam a necessidade de manter a vacinação contra a Covid-19 em dia, uma vez que o vírus pode ter efeitos duradouros no sistema nervoso central. A pesquisa não apenas amplia a compreensão sobre as consequências da infecção pelo SARS-CoV-2, mas também levanta preocupações sobre a saúde neurológica a longo prazo, destacando a importância de medidas preventivas contínuas.