O primeiro turno das eleições presidenciais na Bolívia, realizado em 18 de agosto de 2025, resultou na inédita disputa entre dois candidatos de direita: Rodrigo Paz e Jorge Quiroga. Ambos os oposicionistas do governo atual, eles conseguiram avançar para o segundo turno, encerrando duas décadas de hegemonia da esquerda no país. Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), surpreendeu ao obter 32,1% dos votos, enquanto Quiroga, da coalizão Libre, ficou com 26,8%. O segundo turno está marcado para 19 de outubro.
Os candidatos souberam capitalizar o descontentamento popular com o Movimento ao Socialismo (MAS), partido que governou a Bolívia por 20 anos sob a liderança de Evo Morales. O atual presidente Luis Arce não se candidatou à reeleição em meio a uma crise econômica severa, caracterizada por escassez de combustíveis e inflação anual de quase 25%. O candidato do MAS, Eduardo del Castillo, obteve apenas 3,16% dos votos, evidenciando a insatisfação do eleitorado com a esquerda.
As propostas dos finalistas incluem promessas de estabilização econômica e reformas estruturais. Enquanto Paz defende um modelo de “capitalismo para todos”, Quiroga enfatiza a necessidade de acordos comerciais internacionais. A eleição também ocorre em um contexto de tensão política, com Evo Morales pedindo voto nulo e enfrentando investigações judiciais. O novo presidente terá que lidar com um Congresso fragmentado e à direita, complicando ainda mais a governabilidade no país.