Os citricultores brasileiros permanecem apreensivos, mesmo após o anúncio do governo Trump sobre a isenção da tarifa de 50% sobre o suco de laranja. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a lentidão nos contratos da safra 2025/26 reflete não apenas a exclusão do suco da sobretaxa, mas também a taxação de subprodutos essenciais, como óleos essenciais e células cítricas, que continuam a ser afetados por tarifas elevadas. Além disso, a queda nos preços e as incertezas em relação ao tarifaço norte-americano contribuem para a hesitação dos citricultores em fechar novos negócios.
A situação é ainda mais complexa com o registro do menor volume de suco de laranja exportado pelo Brasil na safra 2024/25, embora a receita tenha alcançado um recorde de US$ 3,48 bilhões, um aumento de 28,4% em relação ao ano anterior. Os agentes do setor expressam preocupações sobre a recuperação da demanda internacional e os efeitos potenciais de um aumento tarifário que poderia chegar a 50%. A combinação desses fatores gera um cenário desafiador para os citricultores, que aguardam uma movimentação mais consistente da indústria antes de definir novos acordos.
Além das questões tarifárias, o setor também enfrenta desafios internos, como a propagação da doença greening, que afeta a qualidade e produtividade das laranjas. Com os Estados Unidos se tornando cada vez mais dependentes das importações devido à queda na produção doméstica, os citricultores brasileiros precisam se adaptar rapidamente às mudanças no mercado global. A capitalização obtida nas exportações pode oferecer um alívio temporário, mas as incertezas persistem e exigem atenção contínua dos produtores.