A empresária Rosangela Silva Pinto, investigada pela Polícia Civil do Paraná, admitiu ter enviado áudios em que se recusa a contratar homossexuais. Em depoimento na delegacia de Marialva, ela confirmou a autoria das mensagens, mas alegou que a exigência de não contratar profissionais LGBTQIAPN+ teria sido feita por um cliente. O delegado Aldair de Oliveira destacou que, apesar da defesa de Rosangela, os áudios contêm termos em primeira pessoa que indicam um posicionamento pessoal.
O caso surgiu após uma enfermeira lésbica registrar um boletim de ocorrência contra Rosangela, que enviou áudios discriminatórios enquanto tentava recrutar funcionários para uma clínica geriátrica. A empresária afirmou que as mensagens foram trocadas em conversas privadas e que não se considera responsável pelas contratações. No entanto, o delegado informou que as investigações foram concluídas e que ela será indiciada pelo crime de racismo, uma vez que a legislação brasileira não contempla crimes específicos contra a população LGBTQIAPN+.
O Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR) manifestou repúdio às declarações da empresária e reafirmou seu compromisso com a inclusão e respeito à diversidade na profissão. O desdobramento deste caso pode impactar a discussão sobre discriminação no ambiente de trabalho e a necessidade de uma legislação mais robusta para proteger os direitos da comunidade LGBTQIAPN+ no Brasil.